PANDEMIA E CAOS MUNDIAL
PANDEMIA E CAOS MUNDIAL
COLUCCI, Dayane Felix [1]
MICHELATO, Luiz Henrique [2]
https://www.amazon.com/author/
RESUMO
Objetiva-se com o presente artigo,
problematizar questões referentes à ciência geográfica crítica, as áreas do Serviço
Social e a Administração, partindo do pressuposto de análise dos rebatimentos
do capitalismo neoliberal, frente a COVID-19 e a Inteligência Artificial (IA),
avaliando os benefícios da IA em propor qualidade de vida para população,
facilitando a vida humana em sociedade. As análises partiram acerca do contexto
contemporâneo de degradação ambiental e das condições de existência em
sociedade de acordo com o sistema vigente, tendo como objetivo propor formas e possibilidades de transformação social estrutural da sociedade atual, sendo
obtidos resultados claros através de evidências científicas comprovadas,
concluindo sobre a real necessidade de mudança frente a preservação do planeta
terra finito, bem como da crítica ao sistema capitalista neoliberal que
condiciona pandemias como a COVID-19. Conclui-se com a presente pesquisa,
alertar a sociedade sobre os riscos de permanência do sistema capitalista
neoliberal, frente a sobrevivência da humanidade no planeta terra finito em
seus recursos naturais.
Palavras chave: Geografia Crítica. Capitalismo Neoliberal. Covid-19.
1
INTRODUÇÃO
O presente
artigo tem como objetivo, problematizar o sistema capitalista neoliberal pelo
viés crítico proposto pelo materialismo histórico dialético, com revisão
bibliográfica concisa e estado da arte, avaliando os rebatimentos deste sistema
e sua permanente degradação ambiental, elevação de índices de criminalidade,
bem como a expansão de pandemias, como a covid-19 atual. Portanto, faz-se
necessário propor alternativas viáveis frente a permanência da humanidade neste
planeta terra finito em seus recursos naturais, garantindo e existência
pacífica em sociedade, utilizando-se da inteligência artificial para melhorar a qualidade
de vida e facilitar a vida humana em sociedade. Utiliza-se de uma abordagem
qualitativa e quantitativa, em vista da necessidade da crítica frente ao
sistema capitalista neoliberal vigente, bem como a elaboração de propostas de
sua superação, visando harmonia social, envolvendo presentes e futuras
gerações, permitindo bem estar social, e a construção de uma sociedade fundada
no pleno desenvolvimento de capacidades, conforme prevê o sistema
socialista\comunista. Neste sentido, a geografia crítica torna-se estudo
imprescindível de análise, em vista da transformação social estrutural da
sociedade contemporânea, bem como do serviço social e da administração enquanto
áreas de estudo importantes, propondo uma nova forma de sociedade, livre das
amarras do capital neoliberal. Todavia, avalia-se os impactos da covid-19 à
sociedade, bem como da utilização da inteligência artificial em propor
qualidade de vida a população mundial, como necessidade gritante em pleno
século XXI, e o socialismo\comunismo como necessidade histórica de permanência
da humanidade no planeta terra finito.
Evidencia-se o
desmoronamento do sistema capitalista neoliberal, embora tal sistema busque
frequentemente superar suas crises, no entanto, o cenário atual prevê profundas
alterações, em vista da evidente degradação ambiental e da cultura social
vigente, que propõe-se a individualização e naturalização da pobreza, elevando
continuamente as expressões da questão social, bem como as enormes mazelas
sociais propagadas pelo sistema capitalista neoliberal. Destarte, faz-se
necessário o constante repensar da sociedade e suas bases estruturais de
exploração, bem como o processo de exploração entre os homens e a preservação
do planeta terra finito.
2 A CIÊNCIA GEOGRÁFICA CRÍTICA
Avalia-se a
ciência geográfica crítica, em sua forma de renovação, conforme indica Moraes
(1984), advinda de uma postura crítica radical, rompendo com a ciência
geográfica tradicional e pragmática, analisando-se a realidade social em sua
totalidade, frente a ordem capitalista neoliberal vigente, posicionando-se a
uma transformação da realidade social, e o saber como arma deste processo,
assumindo-se o conhecimento científico político, cultural e econômico,
propondo-se uma geografia militante, na luta por uma sociedade mais justa, em
vista da libertação do homem.
Neste
sentido, avalia-se as profundas crises estruturais do sistema capitalista
neoliberal, evidenciando-as como forma de superação, extirpando
condicionalidades tradicionais e conservadoras, intrínsecas ao sistema político
e econômico atual, visando sua transformação, de acordo com Moraes (1984), em
buscar suas raízes sociais, criticando o empirismo exacerbado frente ao
tradicionalismo científico, fundados somente nas aparências, calcadas no
positivismo, cerceando a criatividade em sociedade, naturalizando e
criminalizando a pobreza instaurada pelo sistema capitalista neoliberal.
Portanto, despolitiza-se os indivíduos, de acordo com o pensamento burguês,
afastando-se das questões sociais em evidência, neste sentido, necessitando-se
da problematização pelo viés da geografia crítica.
Segundo
Reclus (2011), a mudança somente ocorre a partir de uma mudança brusca, ou
seja, através da revolução, eliminando a possibilidade de melhoria social pela
república ou por decreto. Todavia, deve-se consolidar todas as instituições,
facilitando uma forma de governo da sociedade, renovando-se pela ciência,
dando-lhe novas energias imprescindíveis, criticando-se os republicanos
detentores do poder, ou seja, “a classe possuidora e governante é fatalmente
inimiga de todo progresso” (RECLUS, p. 48).
Contudo, o
trabalhador é explorado nesta forma de sistema capitalista neoliberal, onde os
conservadores preveem formas de se manterem no poder, conforme indica Reclus
(2011), esclarecendo que a revolução se faz em razão do trabalho interior dos
espíritos, visando a transformação social estrutural vigente.
Conforme
apresenta Santos (1986), a discussão acerca do Estado, torna-se essencial,
frente a uma categoria e instituição de controle como fonte de ideologia da
dominação, abrangendo-se sua complexidade inerente, colocando-se em contornos
econômicos e políticos, devendo-se não se confundir com nacionalidade,
portanto, os estados nacionais são dados do real evidente, envolvendo-se a
transitoriedade das fronteiras, ressaltando sua mobilidade engendrada.
Contudo, o
Estado burguês procura homogeneizar o impossível, concentrando poder apenas a
uma classe que defende inexoravelmente seus interesses, em detrimento da
maioria pertencente a classe trabalhadora explorada pelo capital,
configurando-se a luta de classes histórica em sociedade, de acordo com Santos
(1986). “Quando os que concentram o poder do Estado falam em nome do povo de um
certo país, escondem que falam em nome dos que detêm o poder”. (SANTOS, p. 49).
Representando-se interesses diversos entre capital e proletariado, entre grande
produtor e pequeno produtor, causando prejuízos imensuráveis à sociedade
contemporânea em vista das inúmeras mazelas e expressões da questão social.
Apresentando-se como farsa o discurso dominante alienante.
Portanto,
segundo Vesentini (1988), deve-se formar, de acordo com a perspectiva
dominante, indivíduos alienados do processo de produção social, bem como da
totalidade intrínseca neste ínterim, avaliando-se a necessidade histórica de
transformação social estrutural, proporcionando-se redefinições em âmbito
nacional e mundial, buscando-se acelerar as constantes transformações sociais.
Devendo-se romper com os valores tradicionais burgueses, permitindo-se a
construção de uma nova forma de reprodução social, enviesada pelo
socialismo\comunismo, promovendo bem estar social e o reino da felicidade.
Neste
sentido, Vesentini (1988), propõe um ensino crítico, que subverta a ordem
burguesa tradicional exploradora, propondo-se o desenvolvimento da cidadania,
onde o estudante torne-se coautor do saber, denunciando a sociedade
capitalista neoliberal, e suas desigualdades sociais inerentes, de exploração
do homem pelo homem, avaliando-se as contradições sociais, e formas de superar
o sistema político e econômico atual, organizando uma cultura plural e
democrática. Frente a este cenário, a organização social coletiva torna-se
imperativa.
Contudo,
conforme aponta Andrade (1988), necessita-se reescrever a história do
pensamento geográfico nacional e internacional, de forma autêntica e criativa,
interpretando a realidade subjacente a ótica do capital neoliberal,
analisando-se a realidade brasileira e seus impactos a população, libertando-se
do ideário colonialista, “de que existem povos superiores que devem dominar e
povos inferiores que são incapazes de elaborar os seus princípios científicos e
as suas ideologias”. (ANDRADE, p. 193). Valorizando-se a inteligência
brasileira e seus métodos e formas de avaliação da totalidade e relações
sociais.
Neste
sentido, visa-se instaurar uma ideologia brasileira, de acordo com a realidade
própria do povo, bem como suas necessidades vitais, potencializando a
capacidade de reflexão, em busca de uma constante evolução da ciência,
variando-se em seus modos de produção e peculiaridades regionais, abrangendo
uma problemática multivariada, conforme defende Andrade (1988), embora haja
realidades bem diversas, sobretudo, conhecendo e se aprofundando sobre a
realidade brasileira, bem como aos desafios encontrados.
Entretanto,
segundo Santos (2005), deve-se pensar em uma outra forma de globalização, ou
seja, como construção de um outro mundo, portanto, uma sobrevivência mais
humana, através da unicidade técnica, predomina-se a convergência dos momentos
e o conhecimento do planeta, apoiada numa base estrutural socialista\comunista,
com uso da inteligência artificial, permitindo emancipação humana, servindo a
outros objetivos, fundamentada no desenvolvimento social e político, apontando
para as condições históricas atuais, em abolir o sistema capitalista
neoliberal.
Assim
sendo, de acordo com Pontuschka (2013), o estudo do meio torna-se
imprescindível, havendo-se notáveis diferenças entre o ensino público e
privado, delimitando o viés de classe, intrínseco ao capitalismo neoliberal,
necessitando-se de profundas reflexões nesta gama de conhecimentos,
representando-se em trabalho individual e coletivo, predominando-se
controvérsias relativas ao estudo do meio, e a relação de lucro existente,
abarcando-se uma imperativa análise crítica da realidade social, bem como uma
relevante prática interdisciplinar no decorrer de uma determinada trajetória.
3 SERVIÇO SOCIAL E EMANCIPAÇÃO
HUMANA
Concebe-se
a sociedade atual constituída em classes, de acordo com Cardoso (1980),
necessitando-se ampliar os espaços de participação social pelo viés
superestrutural, permanecendo-se as classes antagônicas, no âmbito do modo de
produção capitalista, onde a classe dominante luta para se manter no poder,
pela sua incontestável hegemonia, mantendo a classe trabalhadora alienada do
processo de produção, numa relação dialética.
Portanto,
a participação social faz-se necessária em seu processo de instrumentalização
ideológica, permanente na luta de classes, embora persista o discurso
preponderante da integração, bem como a resistência dos movimentos populares,
num processo de reivindicação de direitos e luta pela transformação social,
conforme aponta Cardoso (1980). Todavia, o campo político destaca-se nesta
seara de possibilidades de movimentos populares e de trabalhadores,
importando-se com o processo de tomada de consciência da classe oprimida pelo
capital neoliberal, em vista da necessária transformação social estrutural da
sociedade contemporânea, segundo Cardoso (1980), libertando-se do senso comum e
da ideologia dominante.
Entretanto,
de acordo com Paiva (2001), um movimento oposto a globalização neoliberal deve
ser concebido, relutando-se contra a acumulação de capital, num esforço pela
construção da cidadania coletiva, no intento de construção de um mundo melhor,
necessitando-se da ampliação da participação social, em rompimento necessário
com o sistema capitalista neoliberal, em caráter planetário, em virtude da
denúncia e da resistência a este degradante sistema, que se alimenta do lucro e
da ceifação de vidas, bem como da biodiversidade e do planeta terra finito,
resultando em colossais problemas sociais em evidência na sociedade.
Neste
sentido, arrebata-se o sistema capitalista em movimento internacional, que atua
atendendo a propósitos especulativos e lucrativos a seu bel prazer, em
detrimento da imensa maioria da população que sobrevive com os mínimos sociais
e a mercê da caridade burguesa, conforme aponta Paiva (2001), sendo imperativo
protestar-se em desfavor da globalização neoliberal.
Portanto,
conforme Rousseau (2007), importa-se a origem da desigualdade entre os homens
em virtude da honra e da verdade, defendendo-se a causa da humanidade,
buscando-se a transformação do sistema baseado na exploração do homem pelo
homem, envolvendo a qualidade do espírito humano, permanecendo o consentimento
dos homens em construir uma sociedade injusta, onde poucos possuem inúmeros
privilégios, gozando-os em prejuízo de outros homens em sua grande maioria,
predominando-se as diferenças entre riqueza e pobreza, poderosos e
trabalhadores, que devem obedecer aos seus senhores numa forma mesquinha de
sociedade.
Todavia,
segundo Marx (2005), entorpece-se na ideia na qual transita a existência
humana, ou seja, da massa explorada pelo capital, exigindo-se o plano da
liberdade real, em vista da emancipação humana, onde a massa encontra-se
inferiorizada pela crítica sagrada, considerando-se imperativas as
transformações materiais e práticas, dispondo-se do tempo e dos meios
necessários, ocupando-se da teoria e da prática cotidiana em determinado
momento histórico.
Ressalta-se,
conforme expõe Marx (2007), que no processo de alta dos salários,
indubitavelmente resultará em aumento dos preços dos produtos e serviços,
podendo-se haver escassez, ou seja, “o salário é a proporcionalidade dos
elementos que compõem a riqueza e que são consumidos reprodutivamente todos os
dias pela massa dos trabalhadores”, (MARX, p. 148). Perfazendo-se numa
constante contradição, perturbando-se as trocas em geral, entretanto,
resulta-se numa baixa geral dos lucros, causando mal-estar aos capitalistas e
aos donos do poder.
Neste
sentido, Marx (2010), discorre que, a classe dominante jamais abdicou do poder,
bem como tal situação não ocorre espontaneamente, embora, predomine-se o
interesse particular sobre o interesse geral, concomitantemente antagônicos,
onde a generosidade ocorre apenas por certos indivíduos, de forma isolada,
destarte, a transformação social somente acontecerá contra a burguesia,
todavia, reformas podem ser concedidas, calando reivindicações emergentes.
Contudo,
de acordo com Halimi (1994), taxas de desemprego elevou-se a níveis
estratosféricos, flexibilizando o mercado de empregos, privatizações, bem como
potencializando a concorrência, reduzindo o consumo e aumentando as
desigualdades, representando uma estratégia derrotista, que os governos e os
mercados orquestram, onde os cidadãos estão constantemente ameaçados pelo
desemprego estrutural, neste sentido, “quando a conjuntura é favorável, a
necessidade de uma mudança é, frequentemente, menos evidente nas mentes”,
(HALIMI, p. 99).
Assim
sendo, o manifesto do partido comunista, salienta, segundo Fernandes (2009),
uma proclamação revolucionária, em vista do presente e do futuro, de acordo com
as condições históricas, embora haja tendências estruturais em evidência,
contudo, a classe operária converte-se em porta voz natural dos oprimidos, em
sua proporção no âmbito do conjunto da população local, tendo em vista a
mensagem política do socialismo proletário.
Portanto,
a sociedade de classes produz os seus coveiros e seus fantasmas, abrangendo
todo o mundo, de acordo com Fernandes (2009), onde os operários devem lançar-se
a cena política com suas próprias causas, libertando-se do ideário burguês e da
ordem preexistente, abrangendo o modo de produção capitalista, com determinadas
diferenças entre países centrais e periféricos.
Todavia,
todos devem viver de acordo com suas possibilidades, bem como com suas
necessidades, conforme discorre Junior (1967), representando norma fundamental
da sociedade socialista\comunista, objetivando-se sua concretude e momento
histórico necessário, com realização previsível, tomando corpo com o
desmoronamento do capitalismo neoliberal, como se apresenta atualmente. Desta
forma, todos os membros da coletividade contribuem para o produto social,
permitido através de seus esforços e de acordo com suas habilidades e aptidões
intrínsecas ao ser humano. Destarte, o socialismo\comunismo, apresenta-se como
condição histórica necessária, segundo Bensaid (2017), remodelando a chamada
civilização pós-moderna, trata-se da emancipação humana, de sua organização coletiva
pluralista, abolindo-se a exploração entre as classes sociais, implicando-se
num novo materialismo social, negando-se a propriedade privada dos meios de
produção, portanto, surgindo-se a verdadeira vida humana em sociedade,
promovendo o pleno desenvolvimento das capacidades dos indivíduos e atores
sociais.
Entretanto,
os proletários devem se unir, de acordo com os apontamentos de Lowy (2017), de
forma ética e estratégica, onde a massa de trabalhadores explorados pelo
capital deve construir uma nova forma de sociedade, sendo a maioria da
população mundial. “Essa é, de longe, a principal força no combate de classe
contra o sistema capitalista mundial, o eixo em torno do qual podem e devem se
articular outras lutas e outros atores sociais”. (LOWY, p. 145).
4 ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO COLETIVA
A Administração tem como ponto
fundamental e importante, identificar de forma eficaz, os objetivos e metas
propostos pelas organizações, a fim de, transformá-los em ações justas, por
meio de planejamento, organização, direção e controle, através dos esforços
realizados em diversas áreas e diversos níveis da coletividade, desta forma,
buscando atingir seus objetivos e metas. De acordo com Chiavenato (1994), o
administrador esteja no nível de diretor de empresas, gerente de departamento,
chefe ou ainda supervisor de seção, é uma figura indispensável em todos os
tipos de organizações humanas nos últimos anos. Desta forma, pode-se dizer que
é através da administração que deve-se sair o sucesso das organizações
coletivizadas, onde administrar é o processo de fluir e conduzir o
comportamento das pessoas para garantir a sobrevivência, o crescimento e o bem
estar dentro das organizações. Entretanto, administrar é, sobretudo, planejar e
organizar toda a estrutura que compõem a organização, e dirigir e controlar todas
as suas atividades. Onde é importante destacar e verificar que a eficiência da
coletividade é muito mais do que a soma da eficiência dos seus trabalhadores, e
que ela deve ser buscada por meio da racionalidade, conforme afirma Chiavenato
(1994).
Importante salientar que, os
indivíduos no meio organizacional são considerados a base das organizações,
pois, possuem conhecimentos, habilidades e competências que são responsáveis
pelo sucesso ou insucesso dentro das organizações, desta forma, fazem parte do
patrimônio das organizações, adquirindo conhecimentos e habilidades que somam
ainda mais valores dentro dela. Sendo a organização coletiva muito importante,
pois, o trabalho em conjunto pode permitir uma forma mais eficaz de alcançar os
objetivos e metas. “A organização, portanto, é o processo de engajar as pessoas
em um trabalho conjunto de uma maneira estruturada para alcançar objetivos
comuns.” (CHIAVENATO, p. 15). É possível compreender que todas as organizações
desempenham uma ampla variedade de tarefas, como podemos exemplificar a divisão
do trabalho dentro da organização, como afirma Chiavenato (1999). Desta forma,
pode-se dizer que a divisão do trabalho favorece a vida em sociedade e o bem
estar social, pois, cada indivíduo tem sua função na estrutura social,
desempenha algo que é necessário e importante para si mesmo e para as outras
pessoas.
Segundo Chiavenato (1999), muitas organizações
estão aumentando cargos, para estabelecer maiores desafios e metas de
trabalhos, atribuindo assim, para as equipes, fazendo com que os empregados
revejam e dividam várias tarefas a serem desempenhadas. Ressalta-se que a
estrutura de uma organização pode ser considerada formal ou informal. Onde, uma
organização formal é planejada e estruturada seguindo um regulamento interno, e
a organização informal são as relações geradas naturalmente entre as pessoas,
resultado do próprio funcionamento e evolução da organização. Onde existe um
conjunto de elementos que estão diretamente associados a uma organização, como:
clientes, fornecedores, concorrentes, comunicação social, entre outros, em
busca da felicidade social.
A organização é um sistema, onde
o administrador intervém neste, com planos, estruturas, liderança e controles
para vários fins. “A principal função do administrador é desenvolver e manter
uma adaptação dinâmica entre as pessoas e as tarefas, necessária para produzir
a eficiência da organização e a satisfação.” (HAMPTON, p. 29).
Segundo Hampton (1983), é
possível compreender que o ambiente de uma organização coletiva é muito
importante, pois não basta apenas ter salários altos, benefícios e
oportunidades de crescimento dentro da organização, o ambiente de trabalho pode
influenciar muito no dia a dia dos colaboradores. Importante destacar que, um
ambiente de trabalho muito estressante, além de causar problemas de saúde, pode
ocorrer erros na execução de tarefas, e assim interferindo na produtividade e
organização social.
Desta forma, é extremamente
necessário o bem estar dentro das organizações, formando um conjunto de
estratégias e ações adotadas para criar um ambiente de trabalho com harmonia,
respeito, e visando o bem estar de todos dentro de uma organização coletiva,
onde todos podem dizer suas ideias, opiniões, sem terem qualquer receio de
constrangimento ou medo, onde buscam construir uma organização coletiva em
sociedade, com ética, respeito e acima de tudo, buscando o bem estar social e
organizacional. Portanto, a organização coletiva e social da classe
trabalhadora torna-se imprescindível neste processo de transformação social.
5 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, COVID-19 E A NECESSÁRIA TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL ESTRUTURAL
É possível dizer que a
inteligência artificial busca facilitar e auxiliar em nosso dia a dia, visando
a elaboração de sistemas que consigam simular com perfeição o raciocínio
humano. Importante ressaltar que, a inteligência artificial busca criar máquinas
que consigam se adaptar, aprender e desempenhar com eficiência as tarefas,
desta forma, a IA está presente em muitas atividades, trazendo muitos
benefícios para a sociedade.
De acordo com Rich (1988), o
lento progresso na questão de que os computadores pudessem realizar as tarefas
difíceis melhor do que as pessoas, foi um dos primeiros resultados a sair da IA
experimental. Onde, nos primeiros anos a partir de 1960, os especialistas já
previam um avanço muito mais rápido, do que de fato aconteceu. “Pelo menos nos
próximos anos, deve fornecer um bom contorno do que constitui a inteligência
artificial, evitando as questões filosóficas que dominavam as tentativas de
definir o significado de inteligência e de artificial.” (RICH, p. 1).
Segundo Pessis-Pasternak (1993),
a informática, a telemática, e a robótica marcam a nossa vida, e representam
importantes aspectos político-econômicos, onde a tecnologia seja cada vez mais
eficaz e triunfante em nossa sociedade. Sendo capaz de automatizar a
aprendizagem repetitiva por meio da análise de dados, realizando diversas
tarefas em menos tempo, e desta forma, apresentando uma maior agilidade.
Entretanto, a inteligência artificial na saúde também busca facilitar ainda
mais os processos do cotidiano. Desse modo, a tecnologia na saúde tem objetivos
que propõem transformar os processos e procedimentos, proporcionando muitas
chances de cura de doenças, e até mesmo o início de possíveis doenças, visando
o bem estar e a qualidade de vida em sociedade.
De acordo com Koerich (2004),
através da inteligência artificial, a tecnologia oferece diversos avanços no
tratamento de doenças como o câncer, desta forma, possibilitando tratamentos
mais eficazes para a doença, sendo importante salientar que o câncer é uma
doença com uma alta taxa de mortalidade. “O câncer bucal assume importância
significativa, pois 10% dos tumores malignos do corpo humano brasileiro, estão
localizados na boca”. (KOERICH, p. 46).
Desta forma, com análises mais
precisas, a IA fornece informações para que os diagnósticos sejam ainda mais
eficientes. Embora, existem muitas doenças difíceis de serem diagnosticadas
inicialmente, o que pode trazer prejuízos no tratamento do paciente. E com os
avanços da inteligência artificial na área da saúde, o diagnóstico será mais
preciso e rápido, o que pode salvar vidas, além de tornar os tratamentos mais
diretos e seguros, conforme afirma Koerich (2004).
A pandemia do COVID-19 chegou se
alastrando pelo mundo inteiro de forma muito rápida, deixando milhares de
pessoas infectadas, e lamentavelmente levando outras até a morte. E com isso,
houve diversas questões sobre ir em busca por uma saída que passa por mais
intervenção do Estado, tanto na promoção de infraestrutura de combate à
pandemia, como para salvar a economia, conforme apresenta Tows (2020).
Resultando como causa e efeito do processo de globalização, as práticas
econômicas começaram a ser adaptadas por muitos países, principalmente no
Ocidente, de outro lado, tivemos algumas economias que resistiram ou praticaram
outras formas de desenvolvimento, como por exemplo a China. “O que significa
que o processo de globalização ocorreu de forma desigual entre os países,
demonstrando o sentido da teoria do desenvolvimento geográfico desigual.”
(TOWS, p. 25).
De acordo com Tows (2020), na
crise da pandemia que estamos vivendo, houve um aumento significativo que
começou a fazer parte dos relatórios de diagnósticos e consultorias econômicas
de vários países. Onde, destaca-se, a crise financeira na Europa que se
adaptava às ordens do capitalismo neoliberal, e assim, demonstrava suas
diferenças internas e reproduzia a receita aos países menos desenvolvidos para
a permanência de austeridade fiscal, privatizações e controle de gastos
públicos. Entretanto, os países que buscaram políticas de desenvolvimento
diferenciadas, como o Brasil, Bolívia e a Venezuela, de acordo com Tows (2020).
Substituindo agendas de bem-estar por agendas pró-mercado. “No Brasil, houve
uma ruptura democrática em 2016 para assimilação de uma agenda flagrantemente
neoliberal, senão ultraliberal.” (TOWS, p. 27). A imagem a seguir, apresenta-se
dados alarmantes quanto a expansão da covid-19 a nível mundial, comprovando a
necessária transformação social estrutural da sociedade, em vista da harmonia social,
da paz e preservação do planeta terra finito, de acordo com a BBC Brasil
(2020).
FONTE: BBC BRASIL (2020). Acesso
em 29\set\2020.
O Brasil possui uma população de
210 milhões de habitantes, de acordo com o SUS Brasil (2020), estando próximo
de 5 milhões de contaminados por covid-19, e com quase 150 mil mortes,
reforçando seu caráter de Estado neoliberal burguês, atualmente moldado ao
nazifascismo populista. Neste sentido, torna-se imprescindível uma profunda
transformação social estrutural da sociedade capitalista neoliberal,
utilizando-se fundamentalmente da cultura coletiva, da organização da classe
trabalhadora, bem como da união entre os povos, visando construir um mundo em
paz social e bem estar a todos. Portanto, a problematização do presente estudo
baseou-se em critérios críticos de análise em vista de alterações e
modificações no cenário de perversidade e barbárie atual, estruturado pelo
receituário capitalista neoliberal, todavia, a mudança faz-se necessária, e
deve partir de cada indivíduo em larga escala, em busca de uma organização
coletiva em prol do socialismo\comunismo necessários em pleno século XXI.
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2020.
VESENTINI, J.
W. Para uma Geografia Crítica na Escola.
Maceió: Editora Ática, 1988.
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