SERVIÇO SOCIAL, DESIGUALDADES E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
SERVIÇO SOCIAL, DESIGUALDADES E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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RESUMO
O
presente artigo tem como objetivo, analisar a atuação do Serviço Social frente às desigualdades inerentes os sistema capitalista neoliberal, avaliando os
benefícios da Inteligência Artificial (IA) em melhorar a qualidade de vida da
população mundial, visando bem estar e transformação social, utilizando-se de
pesquisa qualitativa e quantitativa, através da verificação de dados e de
revisão bibliográfica crítica, que permita a transformação social estrutural da
sociedade contemporânea, no intento de preservação da humanidade,
biodiversidade e planeta terra finito, garantindo melhoria das condições de
vida da população, com trabalho digno e sem exploração entre os homens, de
acordo com suas capacidades e habilidades, respeitando todas as formas de
trabalho. Neste sentido, trata-se de uma profunda problematização sobre o
sistema político e econômico atual, bem como da necessidade de construção de
uma outra forma de sociedade, fundada na justiça social e organização coletiva
da cultura, numa sociedade autogestionada, propulsora da emancipação humana e
social, liberta das amarras do capital, onde o ser humano possa ser livre e
autônomo, e onde não haja naturalização da pobreza e da imensa criminalidade e
desigualdades gritantes, onde os seres humanos possam desenvolver suas plenas
capacidades com usufruto da ciência, tecnologia e inteligência artificial,
permitindo a construção de uma sociedade justa e com trabalho a todos,
baseando-se em inúmeras evidências científicas que comprovam o desmoronamento
do sistema capitalista neoliberal, bem como da necessidade de uma profunda
transformação social estrutural calcada no bem estar social, buscando a
construção de uma sociedade que desenvolva as capacidades dos sujeitos.
Palavras
– Chave: Serviço Social.
Desigualdades. Inteligência Artificial
Introdução
O presente texto pretende abordar e problematizar o trabalho do
serviço social frente aos rebatimentos do capitalismo neoliberal condicionante
de imensas desigualdades na sociedade, causando inúmeros prejuízos à sobrevivência humana onde se possa viver de forma pacífica, elevando as
mazelas e expressões da questão social. Neste sentido, o presente artigo
utiliza-se de abordagem em torno do materialismo histórico dialético, com
revisão bibliográfica, análise de dados e de forma qualitativa e quantitativa,
visando mensurar os males causados pelo sistema político e econômico atual, em
seu processo perverso de permanência e reprodução, onde o planeta terra
encontra-se saturado da exploração desenfreada do capital.
Portanto, pauta-se em verificar o código de ética do assistente
social que condiciona sua atuação profissional, estando inserido no processo de
reprodução do capital em amenizar as tensões sociais existentes, analisando
dados relevantes sobre as desigualdades atuais, bem como, a proposta da
inteligência artificial em melhorar a vida em sociedade.
Contudo, trata-se de propor alternativas ao receituário do sistema
capitalista, atualmente ultraliberal em determinadas localidades, causando caos
e transtornos desnecessários a humanidade, em vista do lucro e da degradação do
planeta terra finito, desta forma, faz-se necessária a transformação social
estrutural da sociedade, frente a harmonia e a paz social entre os povos.
Todavia, torna-se trabalho dos intelectuais proporem mudanças,
tendo em vista a exorbitante alienação da classe trabalhadora, como proposta
clara da burguesia parasitária e excludente, em vista de sua permanência no
poder, entretanto, torna-se imprescindível a organização coletiva do
proletariado em subverter tal ordem mesquinha e degradante, onde os privilégios
das elites são intrínsecos a esta forma de sociedade, causadora da perversidade
e da barbárie generalizada.
Assim sendo, a tomada de consciência de classe é imperativa, buscando alterar a forma atual da sociedade, baseada na destruição e no banho de sangue de inúmeros indivíduos, comprovando o mal-estar causado pelo sistema capitalista neoliberal vigente.
Serviço Social e Atuação Profissional
Neste sentido, o serviço social, bem como sua atuação, se baseiam
na eliminação do machismo e patriarcalismo, características inerentes ao
sistema capitalista neoliberal, onde as mulheres, majoritariamente são oprimidas e exploradas das mais variadas formas, conforme prevê a
Lei 8662\1993. Devendo-se posicionar
politicamente e culturalmente em vista da transformação social estrutural
vigente.
Contudo, reforça-se a questão da orientação sexual, bem como da
identidade de gênero, sem ser discriminado, nem discriminar, por tal condição,
abrangendo várias outras condicionalidades relevantes neste processo de defesa
e efetivação de direitos, neste sentido, abrange-se questões relativas ao
projeto ético político da profissão. “E incorporam avanços nas discussões
acerca dos direitos da população LGBT pela livre orientação e expressão sexual”
(Lei 8662\1993, p. 14). Contudo, tais temáticas abrangem a questão da ética e
dos direitos humanos.
Portanto, tais determinações, implicam na construção do projeto
ético político do serviço social, abrangendo a defesa de vários direitos e
deveres, envolvendo décadas de lutas e batalhas no seio da sociedade
capitalista, bem como da moral conservadora e reacionária, propondo sustentação
legal ao exercício profissional do assistente social, fortalecendo ações em
vista da transformação social e a aliança com a classe trabalhadora, pela
construção de uma sociedade anticapitalista, conforme determina o código de
ética do assistente social (1993).
Reforça-se a luta por liberdade, democracia e equidade, enquanto
demandas da categoria profissional, pela construção de uma sociedade melhor,
portanto, as reflexões são importantes, na intenção da criação de novos
valores, concentrados na democracia e justiça social, bem como de compromisso
com os usuários, valorizando a liberdade e a igualdade social.
Entretanto, trata-se de um amplo processo de polarização na
sociedade brasileira, fundamentada pelo viés conservador e reacionário, em
lutas pelas liberdade políticas, num amplo processo de reivindicações por
cidadania, no sentido de avaliação da qualidade dos serviços prestados.
Todavia, o serviço social passou por um profundo processo de renovação, de acordo com o acúmulo profissional, desenvolvendo-se teórica e praticamente, laicizando-se, “e, na entrada dos anos noventa, apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente”. (Código de ética profissional do assistente social, p. 19). Neste sentido, houve a construção de um perfil profissional com competência técnica, teórica e política.
Contudo, constrói-se um projeto social radicalmente democrático,
junto aos interesses da massa da classe trabalhadora brasileira, explorada pelo
capital, reforçada pela constituição da república brasileira de 1988,
instrumentalizando a prática do exercício profissional do assistente social, no
entanto, as aspirações coletivas expressam-se neste ínterim.
Assim sendo, ultrapassar a ordem burguesa torna-se valor central
para o serviço social, garantindo autonomia e autogestão social, promovendo a
responsabilidade diante da organização e dos usuários dos serviços prestados,
contudo, a atividade deve ser criadora, traduzida no processo de trabalho, onde
o ser social se constitui, “dispondo de capacidade teleológica, projetiva,
consciente; é por esta socialização que ele se põe como ser capaz de
liberdade”. (Código de ética do assistente social, p. 22).
Contêm-se uma projeção de sociedade, propiciando aos trabalhadores
o pleno desenvolvimento para a criatividade, invenção e vivência de novos
valores, erradicando-se todos os processos de exploração, opressão e alienação,
representando um projeto social imbricado ao serviço social, enfrentando com
ética, teoria e posicionamento político, as contradições apresentadas a
profissão, pelo viés crítico, e com fundamentação teórica, envolvendo o agir
profissional na defesa intransigente dos direitos sociais e humanos, visando a
transformação social estrutural da sociedade capitalista.
O código de ética do assistente social, prevê o reconhecimento da
liberdade como valor ético central, em propor autonomia, emancipação e plena
expansão dos indivíduos sociais, sobretudo, da recusa ao arbítrio e ao
autoritarismo, neste sentido, a ampliação da cidadania torna-se tarefa
primordial a toda a sociedade, garantindo os direitos civis, sociais e
políticos da classe trabalhadora.
Portanto, o agir profissional deve pautar-se pelo aprofundamento da democracia, em vista da socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida, nesse sentido, o assistente social deve engajar-se as pautas do proletariado, num amplo processo de organização social coletiva e de tomada de consciência frente a exploração capitalista.
Posicionamento em favor da equidade e justiça
social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos
programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. Empenho na
eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à
diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão
das diferenças. (Código de ética do assistente social, 1993, p. 23).
Segundo Leite (1984), a práxis significa plena consciência de uma
determinada atividade humana, de forma consciente, em vista da produção de
objetos, concernente a ascensão do homem e sua consciência sobre a totalidade,
em sua dimensão antropológica e social, importando-se com a teoria e a práxis,
inserida no humano social, havendo reciprocidade entre o individual e o social,
numa relação de troca.
De acordo com Abreu (2008), existe uma função pedagógica do
assistente social junto a perspectiva emancipatória das classes subalternas, no
âmbito da ofensiva neoliberal em evidência, abrangendo movimentos diferenciados
da prática profissional no movimento histórico, com compromisso com a luta de
classes, em vista da defesa de direitos e justiça social, em construção ao
estado de bem estar social com caminhos para a necessária implantação do
socialismo\comunismo, como permanência pacífica de existência no planeta terra,
preservando vidas e natureza.
Desigualdades e Meio Ambiente: A
Problemática do Capital Neoliberal
Todavia, após a segunda guerra mundial (1939-1945), segundo a ONU
– Organização das Nações Unidas (2020), em meio a uma era nuclear, surgiu-se
temores quanto a poluição por radiação, onde o movimento ambientalista
potencializou-se a partir de 1962, com obras que abordam tal tema de forma
crítica e concisa, no tocante ao uso de pesticidas químicos sintéticos para uso
agrícola, com extrema necessidade de se respeitar o ecossistema, para proteger
a saúde humana e o planeta terra finito em seus recursos naturais.
Logo em 1969, foi exposta a primeira foto do planeta terra, visto
do espaço, com uma beleza inefável, demonstrando um grande mar azul, em uma
imensa galáxia, portanto, vivemos em uma terra única, com um ecossistema frágil
e interdependente, de acordo com a ONU (2020), “E a responsabilidade de
proteger a saúde e o bem-estar desse ecossistema começou a surgir na
consciência coletiva do mundo.
Em meados da década de 1960, ideais começaram a ser praticados,
concernentes a visão ambiental, como um fenômeno global, no sentido de
preocupação universal sobre o uso saudável e sustentável do planeta terra
finito e seus recursos, onde em 1972 , a ONU organizou a conferência da nações
unidas sobre o ambiente humano, em Estocolmo na Suécia.
Sendo elaborado um manifesto ambiental para os tempos atuais, com a intenção de viabilizar que os povos atente-se para a preservação e a melhoria do ambiente humano, representando as bases para a agenda ambiental das nações unidas, devendo-se moldar as ações em todo o mundo, em vista das consequências ambientais, podendo-se causar danos irreversíveis ao meio ambiente, no qual dependemos para sobreviver, culminando na contradição com a produção e reprodução do capitalismo neoliberal degradante e destruidor do planeta terra finito, contudo, pode-se construir um mundo melhor através do estado de bem estar social, desenvolvendo-se para o socialismo\comunismo como necessidade humana, garantido a preservação de vidas, meio ambiente e planeta terra finito, com usufruto da inteligência artificial em facilitar as relações sociais numa existência pacífica.
Neste sentido, segundo a ONU, “Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras gerações se tornou uma meta fundamental para a humanidade”. Desta forma, ações são fortalecidas para a preservação do meio ambiente global, avaliando catástrofes e conflitos, gestão dos ecossistemas, governança ambiental, produtos nocivos, bem como a eficácia dos recursos e as mudanças climáticas. Todavia, assuntos ambientais e desenvolvimento humano estão engendrados, em busca de um futuro comum, em vista do desenvolvimento sustentável para o discurso público. Desta maneira, o desenvolvimento sustentável prevê o comprometimento com as presentes e futuras gerações no atendimento às necessidades da população.
“Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são
endêmicas estará sempre propenso à crises ecológicas, entre outras…O
desenvolvimento sustentável requer que as sociedades atendam às necessidades
humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de
oportunidades iguais para todos. Muitos de nós vivemos além dos recursos
ecológicos, por exemplo, em nossos padrões de consumo de energia… No mínimo, o
desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que
sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos.”
(ONU, 2020).
Portanto, o desenvolvimento sustentável condiciona um processo de mudança da exploração dos recursos, com investimentos certos, e desenvolvimento científico e técnico, com possibilidades de uso da inteligência artificial, satisfazendo as aspirações e necessidades humanas, neste sentido, uma conferência foi realizada no Rio de Janeiro em 1992, chamada de cúpula da terra, adotando a agenda 21, com vista a proteção do planeta terra e fortalecendo o desenvolvimento sustentável, culminando com os trabalhos iniciados durante a década de 1970.
Entretanto, a necessidade por desenvolvimento sustentável foi reconhecida em todo o mundo, afastando-se do modelo insustentável capitalista neoliberal, em vista da proteção dos recursos ambientais, incluindo a proteção da atmosfera, combate ao desmatamento, perda do solo e desertificação, bem como, evitar a poluição da água e do ar, proteger os peixes e uma gestão segura dos resíduos tóxicos.
Mas a Agenda 21 foi além das questões ambientais para abordar os padrões de desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente. Elas incluem: a pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento; padrões insustentáveis de produção e consumo; pressões demográficas e a estrutura da economia internacional. O programa de ação também recomendou meios de fortalecer o papel desempenhado pelos grandes grupos – mulheres, organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos indígenas, comunidade científica, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs – para alcançar o desenvolvimento sustentável. (ONU, 2020).
Neste sentido, verifica-se as contradições inerentes ao sistema
capitalista neoliberal em seu modo de produção predatório e exterminador do
planeta, com vistas ao lucro e aos privilégios de elites inescrupulosas, em
detrimento da maior parte da população que sobrevive com doenças e com as
mazelas e expressões da questão social causados por este sistema político e
econômico atual.
FONTE:
Politize (2019).
Contudo, as desigualdades são intrínsecas ao sistema capitalista
neoliberal, estando presente em todas as esferas, apresentando-se através de
diferenças econômicas e de tratamento na sociedade, estando em todos os
períodos da vida dos seres humanos, presente em todos os países do mundo,
fazendo parte das relações sociais, variando entre questões econômicas, de
gênero, cor, crença, grupo social, entre outros, prejudicando a harmonia social
necessária à
sociedade, afetando o acesso aos direitos básicos a
toda a população. (Politize, 2019).
Portanto, a transformação se faz imperativa em vista da melhoria
das condições de vida da população mundial e da preservação da natureza e do
planeta terra finito, sendo importante uma organização coletiva da classe
trabalhadora em prol da abolição do sistema capitalista neoliberal que degrada
o mundo e ceifa vidas cotidianamente.
FONTE: IPEA (2020).
Conforme dados do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2020), apresentam-se dados alarmantes quanto a violência no Brasil, as altas taxas de morte de negros, a violência gritante contra as mulheres, e os elevados índices de homicídios, principalmente entre jovens de 15 a 29 anos, bem como as violências cometidas contra o público LGBTQI+, demonstrando um mundo de perversidade e da barbárie, onde o fracasso da segurança pública e de um Estado Penal violador de direitos é evidente, sendo necessário alterar profundamente o cenário atual, gerando oportunidades de trabalho, reforma urbana e agrária, redução de carga horária de trabalho, uso da inteligência artificial, entre outras alternativas viáveis a melhora da sociedade, pois, o que se configura é uma nítida ineficiência desta forma de estado burguês neoliberal nazifascista.
De acordo com Natalino (2020), o processo de redistribuição de
renda no Brasil envolve uma questão intraclasses, ao contrário da
redistribuição progressiva em níveis de um Estado de bem estar social, assim
sendo, o estado brasileiro estabiliza o sistema de estratificação social,
reproduzindo as desigualdades herdadas, funcionando como multiplicadores
dissimulados de desigualdade, onde os pobres consomem o que os ricos produzem,
ou seja, o dinheiro volta para a burguesia parasitária, com efeito regressivo
sobre a renda, onde o Brasil figura entre as nações mais desiguais do mundo.
Contudo, os pobres estão excluídos da cidadania, não gerando o
acesso geral de forma universalista, conforme defende Natalino (2020),
reduzindo o potencial alcance dessas políticas, ou seja, a miséria transferida
pelo programa bolsa família serve para manter o pobre em sua condição de
pobreza, alienado, e a mercê da caridade burguesa, violando direitos relativos à cidadania, democracia e justiça social.
Todavia, as taxas de desocupação aumentam, e as pessoas recorrem
ao programa bolsa família para sobreviverem com os ‘mínimos’, sem o poder de
questionar, devido a miséria não somente econômica, como também cultural e
intelectual, orquestrada pelo sistema burguês parasitário e desumano, alienando
a imensa parcela da população do processo de produção e reprodução capitalista.
Porém, são corriqueiras as críticas advindas da mídia de massa e
das elites dominantes mesquinhas, bem como de políticos inescrupulosos cérebros
de toucinho como dizia Marx, sobretudo, conforme aponta Natalino (2020), da
população em geral, erige-se um regime de subcidadania no Brasil, onde o ódio
de classe predomina, potencializado pelas classes médias e altas, bem como pela
classe trabalhadora não pobre, referente aqueles miseráveis que não conseguem
trabalhar para obter seu auto sustento, devido ao desemprego
estrutural inerente ao sistema capitalista neoliberal, onde poucos enxergam tal
realidade, naturalizando a pobreza e a criminalidade na qual recorrem estes
pobres, vítimas de um estado penal burguês neoliberal nazifascista, gerando uma
política de repugnância aos pobres usuários do SUAS – Sistema Único de
Assistência Social, criando um imenso distanciamento social.
Todavia, aprendemos o mundo que nos cerca através da linguagem, de
acordo com Lane (1981), onde se generaliza a experiência prática
sócio-histórica da humanidade, havendo a cooperação entre os seres
humanos em vista de sua própria sobrevivência, criando-se instrumentos
necessários que facilitassem a vida em sociedade, destarte, de forma
cooperativa e planejada, numa relação entre homem e natureza e suas constantes
transformações, onde a linguagem assume papel
preponderante nas relações humanas.
Sobretudo, o movimento socialista revolucionário depende de
condições históricas e teóricas, baseadas em profundas transformações da
sociedade e seu modo de produção, de acordo com Netto (1985), abrangendo uma
clara e evidente evolução social, com um estilo de vida novo e inédito,
promovendo uma outra forma de civilização urbano-industrial. Portanto, a
constante luta de classes pode propiciar uma nova forma de sociedade, ou seja,
uma sociedade livre da exploração do capital, estruturada no socialismo\comunismo,
abolindo o estado burguês, bem como a burguesia parasitária, neste caso, os
trabalhadores organizados formam- se outra sociedade e modo de produção,
permitindo o pleno desenvolvimento das capacidades humanas.
Todavia, a educação torna-se fator fundamental de melhora da
sociedade, de acordo com Durkheim, designando um conjunto de influências,
exercido sobre os seres humanos, em seu conjunto com a busca pela perfeição com
a natureza, envolvendo as faculdades do ser humano, em torno de leis, governos
e formas de sociedade, predominando a influência das coisas sobre o homem, em
que a educação trata-se de alternativa preponderante de mudança cultural e
melhoria individual de cada ser humano, em busca de uma sociedade melhor.
O espírito do capitalismo pode ser entendido como uma
individualidade histórica, segundo Weber (2013), envolvendo uma complexidade de
elementos engendrados a realidade histórica, com vistas a uma determinada
totalidade, relacionada a uma significação cultural, possuindo uma
individualidade única, “mas deve ser gradualmente conformado a partir das
partes singulares que são extraídas da realidade histórica para compô-lo”.
(WEBER, 2013, p. 51). Neste sentido, os resultados da investigação virão ao
final dela, a partir do curso da discussão, de acordo com a melhor formulação
conceitual, do que pode ser entendido como espírito do capitalismo.
Todavia, o imposto para os pobres, encontra-se engendrado na natureza de todos os impostos, recaindo sobre o consumidor de produtos agrícolas e outros bens, bem como sobre os lucros ou sobre a renda da terra, e um imposto que recai sobre os arrendatários, afetando o preço dos produtos agrícolas, contudo, as contribuições para os pobres estão relacionadas aos arrendatários, com a renda paga por cada um, estando interligadas ao lucro do arrendatário e dos fabricantes, dependendo das circunstâncias que permitem elevar o preço dos produtos agrícolas, de acordo com Ricardo (1988), numa receita liberal burguesa.
Destarte, instigar a população a pensamentos mais estimulantes e
profundos, trata-se de tarefa dos intelectuais, vivenciando os prazeres da
descoberta, com o aprofundamento da percepção, em vista de oportunizar uma
alternativa de transformação cultural contemporânea, de modo a contextualizar
uma crítica ao sistema atual que se mantêm através de atrocidades, como guerras
e intensas degradações de povos e nações, segundo expõe Chomsky (2006).
Neste sentido, o papel dos intelectuais tornam-se imprescindíveis,
cuja consciência política e moral deve assentar-se com a melhoria da sociedade
e de construção de um mundo justo, em detrimento as perversidades e barbáries
capitalistas, portanto, “os intelectuais estão em condições de denunciar as
mentiras dos governos, de analisar os atos de acordo com suas causas, seus
motivos e não raro suas intenções ocultas”, (CHOMSKY, 2006, p. 372). Abrangendo
a liberdade política, de acesso à informação e da liberdade de
expressão, criticando as minorias privilegiadas capitalistas que desfrutam dos
lazeres fúteis, e de uma vida mesquinha, onde os intelectuais assumem função
preponderante sobre a ideologia de classes, em analisar as distorções e
deformações do sistema político e econômico atual, pois, a massa populacional
encontra-se alienada de acordo com os interesses da classe dominante, estando
sem poder de reação, e acreditando piamente que não há formas de alterar-se a
sociedade contemporânea, pois, tais concepções foram inculcadas nesta massa
trabalhadora alienada, e a ser mantida sem algum tipo de poder de reação e
reivindicação perante o receituário capitalista neoliberal.
Inteligência Artificial Como
Proposta de Um Mundo Melhor Para Todos
Assim sendo, inteligência artificial (IA), representa-se como o
estudo onde as máquinas fazem as tarefas humanas, facilitando a vida em
sociedade, de acordo com Rich (1988), envolvendo a arte da ciência da
computação, juntamente ao processo de realização das tarefas humanas mais
complexas, permitindo um progresso significativo a sociedade contemporânea,
todavia, deve-se evitar concepções errôneas que regridem o pensamento em torno
da inteligência artificial, devendo ser organizado por pessoas engajadas em sentimentos
prósperos a toda a sociedade, liberta de preconceitos e de exclusão social,
abrangendo questões filosóficas éticas.
Contudo, a melhoria de desempenho propiciada pela IA evidencia-se continuamente, onde as máquinas escolhem o melhor caminho a percorrer, de acordo com as soluções mais eficazes, ou seja, podem ser erigidos solucionadores de problemas gerais, incluindo diversas tarefas humanas, conforme indica Rich (1988), manipulando expressões lógicas, abarcando-se imensas quantidades de conhecimento do mundo, com progressos consideráveis, resolvendo inúmeras tarefas postas aos seres humanos, como percepção, visão e fala, compreensão de linguagem natural e resolução de problemas, abrangendo diagnose médica e análise química, destacando-se em vários benefícios à existência humana, em melhorar as relações sociais e garantir plena expansão das capacidades.
Entretanto, pode-se construir uma sociedade de certa forma
automatizada, configurando uma nova forma de vida, através da IA, redundando em
aspectos políticos, econômicos e culturais de sobrevivência em possível
harmonia, segundo Pessis-Pasternak (1993), proporcionando formas mais eficazes
de vivência, desenvolvendo uma chamada ‘cultura informática’, como instrumento
de solidariedade social, onde a IA coopera com a humanidade, envolvendo a
cognição e neurociências, compreendendo o comportamento humano.
Destarte, a IA pode atuar na qualificação dos seres humanos,
devendo-se sempre buscar profunda reflexão, onde as máquinas podem aprender a
complexidade do mundo, se configuradas de forma ética e eficiente, tratando-se
do humor como motor do processo mental, conforme indica Pessis-Pasternak
(1993), desta maneira, inaugurando-se uma nova era, com usufruto necessário da
inteligência artificial em preservar vidas, natureza e planeta terra finito,
proporcionando harmonia e paz social a humanidade.
Todavia, as pesquisas na área da saúde, implicam em soluções de
diagnósticos e de combate e prevenção de males, em prol da melhoria dos
serviços prestados e da qualidade de vida dos seres humanos em harmonia com a
natureza, segundo Fernandes (2004), portanto, à IA, surge
como forma de solução de problemas, aplicando-se técnicas e recursos
necessários ao seu pleno desenvolvimento.
Neste sentido, a IA, pode ser utilizada de forma ampla, com eficaz
aplicabilidade, com processamento de linguagem natural, reconhecimento de
padrões, robótica, base de dados inteligentes e sistemas especialistas,
fornecendo conclusões baseadas em um conhecimento sobre determinado assunto, “a
saúde é o principal campo de aplicação desses sistemas e é cada vez maior o uso
de informática para educação nessa área, destacando-se o uso dos sistemas
especialistas”. (FERNANDES, 2004, p. 2).
Entretanto, o processo de tomada de decisão dos sistemas aproximam-se ao dos seres humanos, podendo ser restrita ao sim ou não, portanto, a lógica difusa tem sido difundida aos sistemas especialistas, podendo-se haver intermediários nesta seara, pertencendo a diferentes conjuntos, em torno de certa intensidade, segundo Fernandes (2004).
Assim sendo, o sistema difuso atua com determinadas regras de
produção, facilitando a constante elaboração, desta forma, obtém-se o
tratamento correto para cada tipo de problema de saúde apresentado, propiciando
diagnóstico preciso, utilizando-se de recursos multimídia que permitem uma
considerável interface, proporcionada pela inteligência artificial, contudo,
melhora e facilita o processo de aquisição de conhecimento, abrangendo regras
específicas para cada tipo de especialidade de saúde, conjuntamente ao módulo
educacional do sistema.
Desta forma, vários são os benefícios provenientes da inteligência
artificial, podendo- se ser apresentados de forma didática a humanidade,
aproximando-se do raciocínio humano, portanto, estando cada vez mais próximos
da realidade e totalidade contemporânea, envolvendo a possibilidade de
construção de um mundo melhor para todos, sem distinção de classes e
exploração. Neste sentido, a transformação social estrutural da sociedade
capitalista neoliberal faz-se evidente, de acordo com o que foi apresentado no
presente texto, bem como os malefícios deste sistema, que proporciona imensos
prejuízos a humanidade, natureza e planeta terra finito, podendo ser alterado
necessariamente através da implantação do estado de bem estar social,
projetando-se para o socialismo\comunismo, com amplo uso da inteligência
artificial.
Assim sendo, baseia-se o presente estudo, em problematizar o
serviço social frente ao enfrentamento das demandas postas pelo capital
neoliberal, bem como suas inerentes contradições, devendo-se inexoravelmente
haver organização coletiva cultural, tendo em vista a alteração do modo de
produção vigente, destruidor do planeta terra finito e da humanidade.
Todavia, assim se faz presente o pujante crescimento das
expressões da questão social, bem como das imensas formas de desigualdades,
onde a minoria burguesa prevalece com seus privilégios de classe em detrimento
da imensa maioria da população que sobrevive num fogo cruzado orquestrado por
uma classe dominante mesquinha e intolerante, cujo o entendimento representa-se
ao ódio de classe, a naturalização da pobreza e da criminalidade, devido a um
sistema que não provê oportunidades, e que favorece a meritocracia e a
hierarquia enquanto fatores fundamentais de sobrevivência, destruindo e
ceifando vidas cotidianamente, em benefício do lucro e da especulação.
Portanto, a mudança torna-se imprescindível, tendo em vista a permanência da
humanidade no planeta terra finito, bem como a compreensão as presentes e
futuras gerações, e um modo de sobrevivência pacífica e humanista, baseada na
organização coletiva popular, e na abolição da burguesia, com funcionamento
autogestionado, capaz de desenvolver os seres humanos em todas as suas
capacidades e habilidades possíveis.
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