DESIGUALDES E FORMAS DE SOBREVIVÊNCIA
DESIGUALDES E
FORMAS DE SOBREVIVÊNCIA
Verdades
e causas da humanidade são discutidas há séculos por grandes pensadores e
pessoas engajadas a apresentar verdades que invariavelmente não podem ser
ditas, considerando o poder que se estabelece em nossa comunidade. Filósofos
como Rousseau (1712-1778) defendem a ideia de duas espécies de desigualdade,
sendo natural ou física, de acordo com a natureza e em relação à idade, saúde,
força, espírito e alma. A outra se converte em suas aparições morais e/ou políticas,
relativas ao consentimento dos homens. São elencados desconcertantes
privilégios que subestimam a inteligência e sabedoria humana, coexistindo seres
mais ricos, mais honrados, mais poderosos e escravizados por uma forma estúpida
e estapafúrdia de convivência social.
Como se constroem
as virtudes necessárias ao homem socialmente aceito aos ditames que se
estabelece? É preciso avaliar os condicionantes que estão determinados pelos
sábios homens “bem-vestidos”, empoderados e travestidos de características
peculiares e que estão imbricadas aos interesses das classes e/ou categorias
mais favorecidas.
O homem
do século XXI deve compreender a realidade cruel e opressora que se desdobra e
fracassa em sua forma de organização social, econômica e política, dificultando
o processo de evolução necessária a todos os sujeitos e indivíduos sociais,
sendo essencial que sejam criadas estratégias que fomentem a criação de
lideranças sociais e comunitárias, que saibam descobrir e apresentar as
necessidades mais pujantes da população em situação de pobreza ou
extrema-pobreza, explorada pelo modo de produção capitalista neoliberal que
condiciona os indivíduos ao fracasso, as dificuldades crescentes e que fazem as
pessoas serem escravas e subalternas em suas atitudes e formas adequadas de
consciência.
Duzentos
anos após a nascimento de Marx (1818-1883) temos a vitória de um neofascista em
pleno século XXI, conservando pensamentos e atitudes conservadoras,
reacionárias e influenciadas por desastres e tragédias registradas na história,
consideradas atrocidades e algo que não deve ser novamente sugerido ou
organizado pelos sujeitos em suas escalas mais elevadas, tendo em vista ser
avaliado como um “pseudogoverno”, privilegiado pelo sistema bancário,
financeiro e mercadológico que fomenta somente o lucro de poucas pessoas
virtuosas em suas habilidades sociais e conjunturais.
As
eleições em 2024 têm mostrado certas desavenças e perspectivas que se
apresentam de forma gritante e irracional e que necessitam ser resolvidas pelos
‘detentores do poder’, pensadores e trabalhadores engajados e protagonistas de
suas próprias vidas e que envolvem e se desdobram em capacidades e dificuldades
difundidas.
O
presente, passado e futuro tem apresentado certas aberrações que necessitam ser
veementemente combatidas, retratando uma realidade desprezível e deprimente,
presente em comportamentos que se mostram arbitrários e condizentes a
abordagens policialescas e indubitáveis que se encontram refletidas em
perspectivas condizentes ao pensamento capitalista neoliberal-conservador e
reacionário, que pode ser considerado decadente e que prevê um majoritário
pensamento coletivo voltado para uma permanente ‘burrice’ individual e coletiva
que absorve as forças da humanidade.
A
estratégia se reflete em ‘pense menos e seja escravo deste sistema injusto e
desigual’ que pretende se qualificar de maneira arrogante e prepotente,
considerando os sujeitos fracassados e que não venceram na vida por que não se
esforçaram suficientemente a ponto de serem funcionais ao sistema capitalista
neoliberal e empreendedor que enaltece o individualismo e o egoísmo nos seres
humanos.
Lucro,
mentira e injustiça são pontos que desencadeiam a ideologia, cultura e
políticas públicas implementadas pelo estado burguês-neoliberal, voltado para
atender aos interesses, privilégios e formas desonrosas em se obter riquezas e
status social, permitindo o crescimento da criminalidade e instintos primitivos
de sobrevivência que correspondem a determinadas nuances discriminatórias,
funcionalistas e deterministas que estão impostas pelo capitalismo em sua forma
mais perversa e irracional.
O
movimento enciclopedista deve ser restaurado para que se possa existir novas
formas e pensamentos possíveis de serem considerados e propostos para as novas
gerações e representatividades. A vida errante que se encontra de maneira
ditatorial-aburguesada, necessita ser subvertida e contraposta em caráter de
urgência, propondo ideias filosóficas-revolucionárias que devem ser impregnadas
e construídas de forma conjunta no corpo e comportamento social dos sujeitos
que tentam sobreviver em meio ao caos, a barbárie e pujantes desigualdades.
O
serviço público atualmente se apresenta de forma decadente e antiquada,
subjugada e nutrida por interesses individuais e ‘dinheiristas’, sobrepondo o
bem comum e uma perspectiva condizente ao bem-estar social. O individualismo é
algo gritante no âmbito da sociedade burguesa de classes, que escancara certas
verdades que não podem ser ditas pelos intelectuais orgânicos e trabalhadores
que pensam de maneira crítica a sociedade capitalista contemporânea.
Líderes
comunitários e projetos de economia solidária devem ser criados e organizados
nos mais diversos territórios, considerando regiões com intensas e
inextrincáveis injustiças e formas de desigualdade socioeconômica. O sistema
capitalista financeirizado e neoliberal, privatiza a forma como tentamos viver
e/ou talvez sobreviver em pleno século XXI.
A
maneira predatória e irracional que vivemos, necessita ser modificada para que
as atuais e posteriores formas de vida possam usufruir plenamente dos recursos
naturais. Neste sentido, o modo de produção capitalista necessita ser
modificado e transformado para o modo de produção socialista, orquestrado pelos
trabalhadores que se encontram explorados pelo sistema burguês de produção.
Ao homem
do século XXI, resta lutar e exigir das autoridades competentes que conduzam de
forma adequada e equilibrada o estado burguês neoliberal e o modo de produção
capitalista, considerando o fracasso do estado de bem-estar social que não
conseguiu avançar para o socialismo científico e libertário.
Abordagens
voltadas para o bem comum e que dialogam com maneiras equilibradas e racionais
de sobrevivência devem ser fortalecidas, permitindo que os seres humanos tenham
qualidade de vida e redução de carga horária de trabalho, que tenham
consciência que o que produzem, se encontra subtraído pela burguesia e pelos ‘parasitas’
e políticos ‘cérebros de toucinho’ que insistem em criar carreiras políticas
partidárias e ‘rir’ literalmente da cara do povo que paga por seus privilégios
com o ‘suor’ de seu trabalho.
A mudança e transformação deste ‘podre’ sistema, é algo inevitável e que compreende as forças que se desdobram e se desencadeiam no tocante as mais profundas injustiças e desigualdades sociais, contrastando com um cenário onde existem pessoas trilionárias em pleno século XXI, e que viraram motivo de chacota em nível de jornalismo que se encontra atrelado ao senso comum. Ao mesmo tempo que existem tais tipos de sujeitos midiáticos e artisticamente desprezíveis, teremos que sustentar este tipo de ‘lixo’ popularesco e insano.
REFERÊNCIAS
ROUSSEAU, J. A origem da desigualdade entre os homens. São Paulo, Escala. 2007.
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