CONSUMISMO

 


CONSUMISMO

 

Luiz Henrique Michelato

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Jandaia do Sul, PR, Brasil

12 de agosto de 2024

  

Uma sociedade verdadeira e justa socialmente, deve acontecer quando os sujeitos se encontram em estágio avançado de elevação, desenvolvendo e produzindo as próprias formas de intercurso. É necessário que o modo de produção atual seja subvertido, onde os indivíduos devem estar unidos e munidos de conhecimento científico, cultural, político e ideológico, considerando as alterações e expressões no seio da sociedade burguesa de produção.

Marx e Engels (2019) enfatizam o desenvolvimento consciente da classe trabalhadora, com base nos pressupostos naturais, que conduzem a formação histórica da humanidade, moldada pelo movimento da sociedade no âmbito da luta de classes. O poder econômico prevalece na sociedade burguesa de produção, condicionando a aspirarem desejos que não são próprios, e sim determinados por um mercado supérfluo e circunstancial.

O consumismo é palavra-chave neste sistema irracional e que limita as possibilidades de desenvolvimento dos seres humanos, os escravizando ao consumo sem precedentes, destruindo nosso ecossistema e nossa natureza, que são essenciais para nosso bem-estar em sociedade. O consumismo nos ‘cega’ e nos torna seres que não percebem a própria realidade, com acúmulo de lixo e de extrema poluição.

Nossa forma de sobrevivência pode impactar diretamente em nossa qualidade de vida, podendo conceber seu nível de saúde pública e de acesso aos serviços sociais essenciais ao nosso povo. Moradias precárias em contraponto a moradias de alto padrão são visíveis em nossa sociedade, são nossos vizinhos de muro, quem nós vemos diariamente, na face do trabalhador explorado pelo capital.

O trabalhador produz a riqueza do capital, no entanto, não usufrui da riqueza que ele mesmo produz, sendo abdicado deste ‘privilégio’, por não ter dinheiro suficiente para ter acesso a uma vida digna, com saúde e qualidade de vida, com acesso aos serviços sociais, para que haja a construção do nosso Estado Democrático de Direito. Estamos submetidos a exploração do modo de produção capitalista, eliminados diariamente nos mais variados espaços, ‘escravizados’ socialmente enquanto seres que produzem a riqueza social.

Nossos desejos são transformados em fetiches impostos pela cultura alienante do capital, que engana nosso povo e lucra com nossa dor e assalariamento. A burguesia vive na futilidade através de nossa exploração, através das horas extenuantes de trabalho e produção de mais-valia para o capital, que sobrevive de forma mesquinha e déspota.

A cultura digital, o consumo de massa, a rede social, o algoritmo, de acordo com Perez (2020), está trabalhando em prol do consumo, seja de conteúdo, bom ou ruim, do enlatado, do gênero musical, da música do momento, da novela, da série, do filme no cinema, da data comemorativa, do novo restaurante, do novo bar. É possível existir um ritual, que estabeleça parâmetros e sentidos sobre o consumo, por meio de táticas e estratégias pertinentes aos mais variados gostos e sugestões.

O marketing sempre se faz presente em nossa sociedade, organizando o mercado de consumo e a cadeia produtiva de nossas relações sociais, estimulando a economia e o consumo para quem possui dinheiro ou pretende se endividar e se tornar ‘escravo’ do sistema financeiro que deseja fazer parte permanente de seu orçamento. O monopólio sempre vigora no sistema de produção capitalista, aliado em sua grande parcela ao ideário neoliberal, de livre mercado e acumulação de capital, sobretudo fictício, financeirizado e especulativo, que não gera trabalho e renda para o trabalhador, somente para a classe dominante.

Neste sentido, o Estado neste molde atual se trata de um fracasso do ponto de vista social e humano, desfazendo seu caráter de respeito à dignidade, com base em sua própria Constituição, estabelecendo somente o lucro do capital e o crescimento do desemprego e das doenças para os seres humanos.

 

REFERÊNCIAS

 

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

 

PEREZ, Clotilde. Há limites para o consumo?. Estação das Letras e Cores Editora, 2020.

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